30.11.10

Perdido dentre as páginas que comprei


Hoje o dia foi muito cansativo. Passei o dia todo estudando na biblioteca; no material para a prova de Gêneros Literários, num texto de nome Poesia e Poema, encontrei um trecho que me prendeu a atenção. Fiquei por um certo tempo pensando sobre tais palavras e até li o trecho para meus amigos. Não tenho uma conclusão concreta ainda, mas assim que tiver e que me livrar de tantas provas e trabalhos, postarei. Achei que seria justo compartilhá-lo:

"O amor é um estado de reunião e participação aberto aos homens: no ato amoroso a consciência é como a onda que, vencido o obstáculo, antes de se desmanchar, ergue-se numa plenitude no qual tudo - forma e movimento, impulso para cima e força da gravidade - alcança um equilíbrio sem apoio, sustentado em si mesmo. Quietude do movimento. [...] Esse instante contém todos os instantes. Sem deixar fluir, o tempo se detém, repleto de si."

*Não, eu não esqueci de citar o autor. Acontece que a apostila tinha uma ótima qualidade e o moço lá do xerox uma mira afiada, mas por algum acaso que os vãos humanos deste plano não compreendem, o nome não saiu na cópia.

29.11.10

Are You Here - Corinne Bailey Rae


Bom, faz um certo tempo que eu não posto canções. Então resolvi voltar com, nada mais, nada menos do que Corinne Bailey Rae. Soul, simplesmente. Sou muito suspeito para falar dela, afinal, é uma das que eu mais ouço. O timbre doce inconfundível caiu nas graças do público com seu álbum de estreia, que levou seu nome. Suas músicas "reluzentes" com letras calmas e incentivadoras causaram grande resposta a nível mundial.

Para hoje, trouxe uma de suas melhores canções - ao meu ver, claro. Are You Here já se mostrou diferente pelo arranjo da guitarra logo nos primeiros segundos, e falar do vocal nem é necessário: Impecável como sempre. A letra, linda pra variar. Num todo, a música é um tanto melancólica, assim como o restante de seu mais recente album The Sea. Vou explicar tudo direitinho num post/biografia que estou fazendo; para o momento, o video de Are You Here no Rio de Janeiro ODIO MORTAL DE NÃO TER IDO AO SHOW! :

27.11.10

Julia


Possuía olhos verdes que amedrontavam, sempre.
Sabia que o laço em que estava envolta era o que mais lhe importava.
Distancia mínima ela mantinha, das pessoas as decepções viriam, ela cria.
Era inconstante e ameaçadora e poderosa e viva-
Fulminava.
Queria ser fulminante, sem querer. Nada de aspereza ou indelicadeza. Pelo contrário
Deslumbrantemente linda era
Uma rosa. Sabia que era. E gostava dos seus espinhos -
Arranhava
O amor era a doença que ela mesma diagnosticara incurável
Morreria vermelha de amor
Mataria de amor vermelho
Gostava de ser admirada por quem admirava. Selecionava quem
Lambia, beijava, mordia
Ela
Queria lamber, queria beijar, queria morder
Queria uma, queria duas, queria três
Doses
De absolutismo, de bandas de rock ou do que desejasse.
Trazia em si marcas de uma época que não volta,
Marcas de dor, marca de lágrimas ou de furor
Traduzia, lia, relia – Katharsiava.
Queria viver um livro que já fora escrito
Cujo ela não era a protagonista,
Em que não era princesa em perigo
Ela era a rainha malvada.

25.11.10

[i]Limitado



É que talvez, no fundo, eu queira apenas ser eu mesmo, da forma que me imponho. Me limito para ser infinito dentro das minhas fronteiras; para não me banalizar. Para que meu ilimitado seja visto apenas por quem soube romper minhas fronteiras sem destruí-las; por quem pulou o muro ou soube abrir a porta, sem fazer barulho. Assim, gentilmente...

19.11.10

Minha Dádiva



Ela foi em direção ao chão, suas frágeis pernas não aguentaram mais o peso que estava sobre ela. Seu impacto não causou barulho algum. Eu só ouvia seus soluços e as meias palavras exprimidas com dificuldade entre eles; tentativas de pedir desculpas. Não havia mais força suficiente para faze-la resistir a dor que sentia. Não queria mais fingir que não doía.

A raiva que me dominou não é explicável. Não tinham direito de machucá-la assim. Ela é uma humana também, imperfeita, suscetível a erros. Precisava manter a calma. Não tinha certeza do que fazer. Sou emocionalmente fraco para tentar não chorar ao vê-la ali, deitada no chão, encolhida, como se algo a comprimisse. Ela não precisava de mais lágrimas. Me deitei ao seu lado, entrelacei seus cabelos ruivos entre meus dedos - como fazia sempre. Suas mãos contornaram meus olhos e seguraram meu queixo.Talvez palavras não ajudassem, optei pelo silêncio, que ela mesmo quebrara.

— Me promete uma coisa... Promete que nunca irá me deixar? - Sua voz tremulava; seus olhos cor-de-chocolate estavam inundados, emanando carência e fragilidade. Aquela expressão de sua face foi cravada em minha mente. Nem que eu quisesse, conseguiria apaga-la.

— Eu nunca irei, serei o único a te manter segura.

— Mas... - meus dedos foram até seus lábios com cuidado.

— Mas nada. Eu não sou perfeito, tenho meus defeitos e você os conhece muito bem. É estranho, você faz de mim alguém melhor. Minha fraqueza, minha insegurança... quando estou ao seu lado tudo isso desaparece. Eu me sinto uma fortaleza, não imune, mas capaz de te defender. Serei seu guardião, afinal você me confiou a sua mais sublime posse, seu coração. Darei minha vida para protegê-la, para que desses olhinhos não se escorra lágrima alguma. Haverão momentos difíceis, mas estarei ao seu lado. Eu vou cuidar de você.

Ela manteve os olhos nos meus, e algumas vezes em minha boca, enquanto lhe dizia cada palavra. Era como se eu sentisse cada pulsar de seu coração, cada hormônio presente em cada célula de seu corpo reagindo ao som da minha voz. Eu já sabia que ela precisava de mim, mas não imaginava o quanto. "Ah, meu solzinho com estrelas..." - foi a última coisa que lhe disse e ela tentou esboçar um sorriso. Sem grande sucesso, depois atirou-se em mim e se entregou aos sentimentos mais uma vez.

Suas lágrimas molhavam minha camiseta, e as minhas já não eram mais domáveis. Beijei-lhe a testa e a envolvi com meus braços finos, o mais infinitamente possível. E ali permanecemos algum tempo, juntos. Me senti seu chão, seu porto-seguro, sua proteção, sua esperança, seu lar. Ela me permitindo ser. Era tudo o que eu mais queria. Ser para ela.

42ª Edição Musical, Projeto Bloínquês.
Ao som de: Pyramid - Charice Pempengco

15.11.10

Inconstante Reflexo


Estava frio. Chovia consideravelmente. Um pensamento em particular me prendeu a atenção: Não cantei durante o banho ontem. Saí calada e enxuguei-me num estranho silêncio. Mas que silêncio. Os cachos continuavam pingando, alguns estavam presos ao meu rosto, acompanhados por alguma quantidade de água que ainda escorria. Com o dedo indicador, fui em direção ao espelho, pra desenhar ou escrever algo. Um hábito adquirido no decorrer da minha existência. Repentinamente, freei meu dedo. Não o permiti tocar o espelho e desenhar o coração que cogitava sair da minha mente. Não deixei que ganhasse forma.

Aquele receio, aquele impedimento. Era mesma eu? Eu barrando minha inconsciente vontade? De um segundo a outro já não havia mais sentido demonstrar algo que eu mesma duvidava. Era como se ao deslizar meu dedo pela água presa ao espelho eu estivesse retirando meu coração do peito e entregasse-o novamente. Por um instante doeu. Por um instante apenas. Minha dor transformara-se em raiva e ao mesmo tempo que a temia, apegava-me a ela como minha única chance de sobreviver. Ela me impediria de tira-lo de lá.

Sentia uma ignorância infindável dentro de mim mesma. Eu era uma pobre e desgraçada criança, iludida por pensar que alguém cuidaria de algo que lhe foi entregue de forma tão fácil. De mão beijada. E lábios também. Era uma tortura interna a que eu me entregava. Não sou masoquista. A tortura me era prazerosa enquanto eu não estava sozinha. E machucava, com cortes que eu só sentia depois. Depois que a bagunça estava feita e as portas estavam fechadas. Minha única saída era limpar tudo e aguentar a dor por mim mesma.

Aquela miscelânea de sentimentos que me invadiam tanto pavor, tanto vapor. Me odiava por ser fraca. Me odiava por ter consciência da minha fraqueza. Odiava ser variante e dependente dela. Eu me impus ser fraca. E mais um aperto senti, trazendo-me de volta a cobrança de mim. Eu conseguia me impor a fraqueza. Era hora de me impor a força. Ser racional. Mas como ser racional se ainda se possui um coração tolo, insóbrio e viciado?

Tinha medo de me entregar à razão. Medo de ser permanente. Minha meditação entre os azulejos me instigaram, me empurraram para um instante de delírio preso à razão. Ela me mostrara como ser racional, me fez deslizar o dedo que ainda jazia no espelho embaçado. Desenhei o coração, entreguei-o de mão beijada, sem lábios. Eu me encontrava fria e desejosa pelo nada. Ele não teve mais do que uma insignificância como existência. Não prolongou sua estada no espelho por mais de dois instantes. Esfreguei minha mão por todo a superfície, agonizada, expulsando-o, destruindo-o. Não ficaram restos dele, nem mais vestígio de embaçamentos.

Continuo a mesma fraca, a tragédia que nem eu mesma levo a sério. Sou uma covarde. Uma covarde com coragem suficiente pra sentir, mas que enojou-se de tal capacidade e mesmo assim desesperou-se ao imaginar que a perderia. Supliquei para Deus, Exu ou Buda, qualquer força da natureza para ter meu coração de volta. Eu era uma dependente compulsiva. Compulsiva por sentir. Fui tomada por uma vontade irracional de atacar a mim mesma. Larguei mão da razão, do meu instante racional. Apertei meu peito com a força que nunca tive, obrigando-me a acreditar que desenhos em espelhos não lhe arrancam o coração. Ele está aqui, está aqui! Senti-o pulsar forte, reagindo a toda aquela adrenalina que emanava por minhas veias. Era meu desespero.

Empurrei-me contra a parede e escorri pelos azulejos, até sentar no chão gelado. O volume de lágrimas que escorriam era incrível. Eu chorava inconsolavelmente, como se soubesse que o mundo estava pra desabar sobre minhas costas. Isso era a ultima coisa a que eu tentava me prender. Me sentia suculenta, sangüínea, cheia de vida. E que se danasse o mundo! Assumi que sou masoquista e egoísta ali mesmo, sentada. Tudo que eu queria era sentir, e o prazer que isso me proporciona vale o quase certo sofrimento que o sucede. Afinal eu não preciso ser perfeita, eu não sou uma deusa, sou uma rélis humana e aceito minha condição. Sou dotada de sentimentos e, mesmo os temendos por vezes, eles me deixam estupefata.

14.11.10

Argumento de Leitor


— Eu ainda acho estranho você não se assustar com as coisas que eu te disse...

— Eu? Me assustar? Acho que no fundo eu já esperava. Por mais estranho que pareça, você pra mim é como um livro, que eu já li a sinopse. E quanto mais eu te conheço, é como se eu fosse virando suas páginas e lendo os detalhes; os descobrindo. Como se eu já tivesse consciência que eles estão aí o tempo todo, apenas escondidos num livro de capa grossa, feita de couro, marrom, escuro...

Palavras trocadas numa hora peculiar de uma noite fria, acompanhada por chuviscos, numa esquina qualquer, próxima a uma rua balaustrada, mal iluminada e um tanto barulhenta.

13.11.10

Jessie J - Do It Like a Dude [Official Video Clip]


Assim que eu comecei a assistir ao vídeo, a primeira coisa que me veio a cabeça foi "Ah que ótimo, não bastasso a Lady GaGa e a Ke$ha, me aparece mais uma louca no Pop" O que esperar do video? Confesso que foi inevitável o estranhamento. Fiquei meio chocado. Porém, isso sempre me acontece quando ouço compulsivamente uma música e logo depois o clipe é lançado. Sempre espero por mais. Não me convenci com a imagem que tive e assisti o video mais algumas vezes e aceito: Não era possível fazer algo muito diferente do resultado.

Jessie encarnou mesmo o seu mano interior espírito da música, que tem alguns palavrões e grosseirias. Suas expressões são rudes e a fica clara vontade de retirar qualquer tipo de delicadeza da música . A insensibilidade, rebeldia nas danças e as caras e bocas não são lá muito convencionais, mas expressaram bem o que é Do It Like a Dude. Não a música em si, mas o sentido da frase.

Independente do vídeo, que apesar de exótico me agradou mesmo, a canção ainda é uma das minhas preferidas e promete arrombar as rádios do Reino Unido a partir de 6 de Dezembro. Assista a Jessie J e suas garotas em Do It Like a Dude, realmente vale a pena:

11.11.10

Um delírio


Sua indelicadeza nata de ter o dom da impaciencia me deu uma pontinha de indignação por um instante. Um curto instante. Por qual motivo, causa ou todos aqueles sinônimos das palavras que eu usei agora, você correu pra dentro da sala de aula? Não poderia esperar minha conversa boba com meu amigo terminar?

Meu pessimismo típico de canceriano já estava tomando conta dos meus pensamentos enquanto eu andava em direção à escada. Mil questionamentos me acompanhavam veemente, estava cada vez mais confuso. Eu queria ter me despedido, e me perguntava se tinha algum motivo pra você fugir de mim. Talvez eu estivesse longe demais, ou falando demais, ou calado demais, ou... Já nem sabia o que pensar, até que meu raciocínio arou. Isso sempre me acontece quando voce está por perto. Mas não tinha te visto ainda, era sua voz. Não me virar pra te olhar era inevitável.

Essa sua impulsividade, isso que você tem de fazer as coisas por simples vontade pode ser algo um tanto inexplorado, que nem você sabe usar direito. Mas foi isso que me deixou leve pelo resto do dia, que me colocou as borboletas de volta ao estômago.

- Vim me despedir de você - E veio em minha direção. Aquele brilho em seus olhos, o sorriso malicioso e o andar decidido. Eu sabia o que ia acontecer, sabia do risco que corríamos mas não me importei por mais de um segundo.

- Você não tem juí---

Silêncio. Minha frase jamais será completa, fora interrompida e morta pelos seus lábios que trouxeram vigor aos meus. Um beijo-roubado, coisa de colegial. Meu coração já tamborilava forte, ameaçando sair do peito. Meu folêgo, minha insegurança e todo meu pessimismo - eu já nem sabia onde estavam mais, provavelmente sequer existiam. Só existia o nosso segundo. Que infelizmente já terminava.

Aquele sorriso ainda estava no seu rosto e tinha contaminado o meu. Maliciosidade. E eu já estava andando em nuvens enquanto você sorria me dando as costas e retornando a sala de aula. Ainda estava sem reação, com uma interrogação e meio perdido. Um segundo que me desnorteou e em que perdi algo. Algo que não vou recuperar. Um instante. Um estalo. Um roubo. Um beijo. Mil pulsações. Mil sensações. Um único toque. Dois bobos. Eu. Você.

9.11.10

Jessie J - Do It Like a Dude


Apresento a vocês JessieJ, uma novata na música pop que eu descobri há pouco tempo. Novata me refiro ao fato de ser novata na parte vocal, porque ela é compositora e eu aposto que você já ouviu Party In the USA - Miley Cyrus, composição da Jessie. Seu primeiro single oficial "Do It like a Dude" é cheio de atitude e gruda no ouvido, com um pop meio pancadão e guitarras afiadas ao fundo - isso tudo sem falar da voz aguda, forte e disciplinada. Jessie J mostra a que veio e é uma grande promessa pro Pop Mundial em 2011. Enquanto seu primeiro álbum  "Who You Are" não é lançado, fica o single da britânica:

8.11.10

Luana Rivora (Repost)



— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.

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Esse texto lindo aí de cima, quem escreveu foi a Luana Rivora (Luuls), minha amiga ninda lá do Peace and Love, que foi meu profile orkut por muito tempo. Ela está meio sumida, mas com certeza é só uma questão de tempo. Logo logo ela estará de volta, com todos aqueles posts que eu adoro muito. Força Luls!

1.11.10

#Desenho



Sofia, um nome de origem grega que tem como significado: A Sábia ou Sabedoria.