29.3.10

Cores e sons



Já estou há algum tempo tentando nomear o que havia entre essas duas pessoas. Se o nome disso é amor, posso dizer que estou desnomeando. O amor é complicado demais para ser comparado com aquele sentimento simples, espontâneo, sem artifícios ou malícias.

Explicações nunca foram pedidas, nem motivos foram apontados. Os dois se completavam, se entendiam com o olhar. "Me sinto como se não possuísse reflexo no espelho. Eu era como o vento, produzia sons, porém era invisível. Você me deu as cores" - ele dizia.

Ela, colorida, artística, visível. Ele, sonoro, cantante, audível. Conseguiu sim, ensiná-la a ouvir e esta aprendeu de forma tão brilhante que sentia sons. Sentia os sons dele. Agora, ele tinha um alvo, alguém para cantar, alguém para acalmar com sua voz e as vibrações das cordas de seu violão.

Assim, mantinham-se, um aprendendo com o outro. Ela, pacientemente, o ensinou a tocar as cores, a dedilhá-las; ensinou a colocá-las em suas músicas e aprendeu a imitar sons em suas pinturas. Era uma relação quase sinestésica. Ele a acalmava com sons, ela dava asas à imaginação dele com suas cores e detalhes.

Por isso o sentimento era quase palpável. Eu, mesmo de longe, percebia o que havia entre os dois. Gostava de observá-los, de ver a paixão mútua; gostava de escrever sobre aquele casal, de desenhá-lo. Era interessante, fácil e intrigante.

Frequentávamos o mesmo gramado na época em que eu era universitário. Era difícil não reparar neles, chamavam a atenção com sua espontaneidade. Era algo bonito de se ver, deveras. Florescream juntos. Gostaria de encontrá-los novamente, para ver o que o destino lhes reservara.

Sem pensar duas vezes, e confiando na minha intuição, eu poderia afirmar que se casaram e hoje vivem numa aconchegante casinha no estilo chalé, numa cidade de clima ameno; há um jarancadá no jardim, com um balanço num dos no galhos, onde três lindas crianças brincam até o cair da noite.

Não sei que fim este casal teve. Para ser sincero, nem sei se eles realmente tiveram um fim . Acho que perdura até o presente, firme, sustentados pelo tal sentimento que parece amor, mas não o é. Entre cores, sons, matizes e acordes, eles se encontraram, se apaixonaram. Tenho a impressão que minha especulação sobre o destino deles não passa de um mero esboço do que realmente aconteceu. É, talvez eles tenham encontrado o verdadeiro sentido de tudo, mesmo sem ter feito nenhum esforço para isso.

21.3.10

Ah, vida de calouro. Vida de bandejão. Vida de livros e afins. É, não tem sido fácil, e acho que vou me adaptar mais rápido do que parece. Bem, essa é minha desculpa por não estar postando; tenho estado muito ocupado entre livros, apostilas e a famosa rotina. Estou escrevendo alguns textos à moda antiga. Acho que é só questão de me acostumar à nova vida que as coisas por aqui voltarão ao normal. Então, é isso.

7.3.10

Carta

Acordei com saudade de você hoje. Não. Não era só saudade. Acordei com vontade de você hoje. Com vontade de ouvir sua voz aguda que sempre me fazia rir, e que também me dava alguns sermões de vez em quando; com vontade de sentir seu cheiro de Egeo, que mais parecia jujuba, e me deixava meio tonto toda vez que se aproximava; com vontade de passar meu tempo livre fazendo hora na sua casa, até as três da tarde, sem almoço nem nada...

Estou com saudade das nossas comparações, das minhas ironias, das nossas invenções - de feriados, palavras e apelidos estranhos que julgávamos inteligentes; As discussões em que nos metíamos pela simples vontade de denfender nossos personagens preferidos; Estávamos tão pertos, vivendo em realidades diferentemente semelhantes uma da outra, tantas coisas em comum, e tanto a aprender um com o outro.

Acho que você era meu pedaço de chão, a mão que me puxava de volta para o mundo real quando eu sonhava longe demais, meu balde de água fria completamente necessário; também era minha "caixinha-de-surpresas", minha inspiração em momentos de crise, o impulso que me levantava quando minhas lágrimas pesavam mais que minha vontade de continuar.

Agora estou sentindo falta de você, de tudo em você - até daqueles papos que me deixavam sem graça. Mas por incentivo seu, eu vou continuar. Vou seguir em frente, sempre adiante. Vou sobreviver a tudo, e levantar quando cair, por que eu sei que é isso que você espera de mim e não vou te decepcionar.

Estou me lembrando de como você costuma ser livre como vento, sem medo. Como suas definições são subjetivas e como você me dizia que eu vivo de passado. É. Eu vivo mesmo do passado, isso é um fato. E não encontrei no meu passado aquele abraço seu que eu tanto queria antes de vir. Eu não me esqueci, quero seu abraço. Sinto muito a sua falta, espero te ver em breve.


PS: Ao terminar de escrever para você, transformei minha carta num origami. Soprei com todo o cuidado e força possíveis, e este se foi, voando, pela janela do meu quarto vazio. Espero que chegue até você.

6.3.10

Considerações

Estava lendo aqui, e tive a ideia de fazer minha versão desse post. Então, lá vai:

I believe...
In Love
In Freedom
In God
In Me
In Happiness


Estas são palavras fortes. Só de escrevê-las, elas falam por sim mesmas. Porém, vou falar através delas;

Eu acredito no Amor. Acredito que ele é capaz de mudar vidas e percepções; Acredito que ele é mutável e suas várias faces são admiráveis; Acredito no amor que existe entre a família, acredito no amor que há entre irmãos, acredito no amor que há entre amigos. E que todos esses tipos de amor tem força suficiente para derrubar barreiras e sobreviver no final de tudo.




Eu acredito na Liberdade. Acredito que com ela, posso mais. Posso tudo, porém nem tudo me convém. Tenho liberdade para escolher o que eu quero, de ser mais eu, de mudar algo que talvez não me satisfaça. Liberdade com ou sem motivo, liberdade com cheiro de chuva e vem-pra-cá. Liberdade que me faz voar.




Eu acredito em Deus. Muito. Se hoje eu sou o que sou e estou onde estou, é a Ele que eu devo agradecer primeiro. Agradecer pelos amigos que tenho, que me amam, que me cercam; Agradecer pela família tão especial que tenho, que me apoiam e me amam incondicionalmente; agradecer pelas lutas e pelas quedas, afinal sem elas não teria vitórias, nem superações para me lembrar. Agradecer por me dar forças a cada dia, agradecer por sempre me abençoar. Obrigado, Pai.




Acredito em Mim. Acredito que eu tenho poder para mudar o mundo- e não é prepotencia; afinal se eu não acreditar, que vai? -, que posso fazer valer a pena. Acredito muito, e isso nem sempre foi assim, já cheguei a pensar que estava só e que não havia lugar pra mim no mundo. Acredito na minha capacidade de ser, estar, gostar, amar, abraçar, perdoar; Acredito que sou capaz de fazer felizes as pessoas ao meu redor, e assim, contribuir para minha própria felicidade. Acredito nos meus critérios, nos meus delírios, nos meus sonhos, nos meus medos.



Acredito na Felicidade. Nesta sim, acredito que ela não depende só de mim, afinal "não existe viver sozinho". Minha felicidade é algo mais plural. Claro que gosto de alguns momentos de divagação num silêncio profundo, sozinho; porém, é bem mais "feliz" ficar junto das pessoas queridas, jogando Uno, ou simplesmente almoçando ao redor da mesa. Minha Felicidade é simples; muitas vezes, ganho o dia só por ter ganho um abraço inesperado. A vida em si é complicada, então, pra quê mais complicação?

Eu acredito, nisso e em muito mais. E você, no quê e como acredita?

2.3.10

Registrando...

Ontem, dia 1° de Março. Primeiro para várias coisas. Primeiro dia na Facul, primeiro dia sem meus pais comigo, primeiro... trote. Isso mesmo. T R O T E.
Ao contrário do que todos pensam, o trote foi tranquilo e eu gostei muito dos veteranos. Andamos até a república de um deles, e por culpa da chuva, ficamos encharcados. Chegando lá, brincadeiras super bem-humoradas: Tintas, dancinhas estranhas - rebolation e afins -, Smurfs e por aí vai. Chegando em casa, me deu o maior trabalho tirar a tinta e a purpurina do cabelo - estava tudo grudado e para completar, os meus colegas de república ficaram tirando sarro da minha cara.


Acabei de me lembrar de uma coisa: não contei a minha presente situação a vocês. Vou esclarecer tudo. Bom, terminado o ensino médio em 2009, prestei dois vestibulares - UFMG e UFV. No vestibular da UFMG, eu não passei na 2ª etapa. Já o da UFV, depois de muitos "disse-me-disse", fui aprovado. Me mudei de Alto Jequitibá para Viçosa, no sábado passado. Estou morando numa república, com outros 2 veteranos e um vestibulando. Agora, sou oficialmente, um Calouro do Curso de Letras de 2010 da Universidade Federal de Viçosa.

Bom, ainda estou terminando de colocar os pontos nos is, e nem vou comentar a falta que minha mobília me faz. Não vai demorar muito, o blog volta ao normal com os textos e os desenhos que eu adoro - e acho que vocês gostam também. Esse post vai ficando por aqui. Aguardem novidades.